sábado, 15 de maio de 2010

Relembrando Claire...

Mary and Max


"Última tentativa de selar a paz: Me encontre as 17h no Cine XIV. Estarei com sapatos vermelhos."

E foi assim...
A tarde de preparações da energia, banho, músicas...
O nervoso no ônibus, a decepção de não ter o encontrado no ônibus. (Aí seria sintonia demais!)
Os passos sobre as pedras e a pergunta no céu da boca: ele passou por aqui?
Descendo a ladeira e imaginando as possíveis desculpas que ele poderia dar justificando a ausência. De repente fui surpreendida, tirou meu ar no mesmo lugar que há três anos atrás: quando olhei pela fresta da porta do cinema...
Era ele!
Nos abraçamos forte e eu me enchi de paz, minha alma sorria.
Compramos os bilhetes mas ele nem sabia do que se tratava.
Tampouco eu.
Mas só em estar revisitando aquele lugar que eu frequentava há 3 anos atrás já me bastava.
Senti um alívio ao perceber que o cheiro não havia mudado. Meu Cine XIV ainda era o mesmo.
As cadeiras estavam vermelhas. Adorei.
E a grande alegria: a barra de ferro que apoiava meus pés.
Estava tudo ali.
Um reencontro com a paz de estar com ele, e com a paz de estar comigo.
Espero que essa energia também o contagie e que possamos alçar belos vôos daqui pra frente.

ps.: Estáva_os a sós no cinema.
ps2.: O fil_e é que ne_ eu: cheio de detalhes e _ais u_ tanto de _iudezas. Pequenas preciosidades.
ps3.: Não anda_os de _ãos dadas.
ps4.: Saí deste encontro co_ _ais a_or no coração, se_ dor ou lágri_as.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

volta que o mundo dá.

"Um dia eu senti um desejo profundo
De me aventurar nesse mundo
Pra ver onde o mundo vai dar


Saí do meu canto na beira do rio
E fui prum convés de navio
Seguindo pros rumos do mar ..."

Vânia Abreu canta essa música mas não quis colocar o final pois sou chegada num banzo, e espero que isso demore de acontecer quando eu começar a voar.

Eu discordo completamente da última frase desta música:

"Quanto mais a gente se solta, mais fica no mesmo lugar."

Mas algo nesta música me chama, eu gosto. Não sei bem o que.

O nome da música é "Na volta que o mundo dá"

Grávida




Estou grávida. Acho que já é uma gestação antiga, mas agora está começando a diferenciar os gametas há anos fundidos.


Sabe? Quero ficar um tempo, sozinha, cheia da minha presença.


Com minhas coisinhas, minhas caixinhas coloridas, minhas latas, meus infinitos caderninhos e escritos e escritos e escritos. Meus recortes... Meus livros, cds e dvds.


Minhas cores. Meus cheiros. Lembranças. As memórias das águas, os vestidos curtos na alma de dentro, as minhas esperas, as minhas esperanças.


Minhas inquietudes. A solitude, amiga.


O silêncio amigo de muito tempo. Que só agora reconheço o real valor.


Quero me conhecer.


Mas não é um "encasular-me" sem fim. Dessa vez não é para me esconder das sensações e sim para aprofundá-las. É mesmo esse sentir-se grávida e querer se recolher um pouco para alimentar o bebê que vai chegar. Um sentir que só imagino pois nunca experimentei.


Essa barriga sou eu. Esse bebê sou eu. O leite vai sair de mim e vai me alimentar. Estou grávida de mim.




Adoro viajar, viajar pra longe e viajar pra dentro.


Vou fazer essa viagem, sem mapas, sem bússola. Mergulhar em mim.


Não tenho medo, muito pelo contrário.


Na verdade sinto um puta medo. "e dá medo do que que dá."


As vezes dói.


E as vezes gosto de chorar me olhando no espelho.


Amo os meus olhos. Odeio quando os comparo com outros ou quando passa pela minha cabeça que eles seriam mais bonitos de outra cor.


Gosto de vê-los vermelhos e sentir as lágrimas nos lábios.


Adoro ser baiana mesmo quando me chamam de "gringa" no Pelourinho.


E de comer dendê e pimenta o quanto quiser sem ter dor de barriga.


Adoro fazer listas. Listas do que comprar. Listas do que quero comer. Lista do que levar. Lista do que quero deixar de fazer. Lista do que aprendi no relacionamento que acabou. Lista do que devo mudar no próximo relacionamento. Lista dos lugares que quero conhecer. Lista disso, daquilo outro. - paranóia? pode ser... mas prefiro não ser tão dura assim comigo e me divertir com as listas... no fim das contas reciclo tudo!


Acho "chic" colocar umas músicas em francês (mesmo não entendendo quase nada além de abajour), dançar com uma taça na mão, chorar de emoção, comer uns bombons igualmente chiques. Numa sala com piano. Embora eu não saiba tocar.


Sou tímida ainda que muita gente não acredite. A princípio...

Mas se me der 1 mL de ousadia, eu me espalho. E se me der 1 mL de "ozadia" então... hai ai.

Eu também costumo utilizar uma fuga pra esses momentos de timidez que não me ajuda em nada, escapo na esculhambação. Quando o assunto é sério, é só soltar uma piada... Olha, Di, não é bem assim que a banda toca!


As vezes não consigo falar sobre mim. Sinto tudo mas quando falo acho que não era nada disso.

Mas adoro escrever.

Será que sou duas pessoas? Sou tantas dentro de mim? Sim.

Escrever. Escrever....Escrever cartas. Cartas para mim. Cartas para amigos distantes e amigos que moram a metros.

....









sábado, 8 de maio de 2010

vômito.

Não quero ficar formulando demais antes de escrever. Isso aqui pra mim é um canto, um recanto das minhas letras que podem sair como estiverem... fluidas, tempestuosas, com cheiro ou sem cheiro, com gosto de ferrugem, com tesão ou não.

Agora me deparo com a estante de livros. Quantos eu já li? Tenho essa mania de acumular coisas, nossa... é incrível. Acumulo revistas para recortar amanhã, acumulo livros para ler depois, apostilas extras sendo que nem dei conta das minhas próprias, filmes que vou ver depois, coisas que vou consertar depois, roupas que vou tinturar um dia para usar quando eu estiver magra!

Não dá. É uma espera sem fim do dia em que eu vou viver as coisas que planejo, anoto, faço listas, me preparo, acumulo...

Ansiedade.Sensação de que algo vai acontecer.Gula.Insaciedade constante.Vou comendo a casa.Quero engolir o mundo.Tudo.Iniciativas sem "acabativas".Começos, começos e começos fugindo do fim. Falta de finalizações nos ciclos. Iminência.